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Série: Versículos mal interpretados

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Olá meus queridos e queridas que gostam de estudar a bíblia... animem-se porque começa agora a série.... 

 “VERSÍCULOS MAL INTERPRETADOS NA BÍBLIA”.

Acredito eu que todo leitor ou estudioso da palavra, já cometeu o triste equívoco de interpretar mal algum texto das escrituras sagradas. Isso pode ocorrer por vários motivos, mas geralmente é por analfabetismo funcional (ler e não entender) porque temos pouco hábito de leitura, ou porque tentamos entender um texto escrito originalmente em grego e hebraico com nossa mente de século 21 e adaptando a nossa cultura. 

Seja qual for o motivo, esta série de posts pretende ajudá-los a não cometer esse erro, portanto fique com a gente e leia até o final! 

Antes de começar a explicar nosso primeiro versículo, gostaria de dispor de algumas regras básicas que deviam ser utilizadas em todos os estudos bíblicos.

“A quem, pois, se ensinaria a ciência? E a quem se daria a entender o que se ouviu? Ao desmamado e ao arrancado dos seios? Porque é mandamento sobre mandamento, mandamento e mais mandamento, regra sobre regra, regra e mais regra: um pouco aqui, um pouco ali.” (Isaías 28.10).

Perceba que a própria bíblia ensina que ela mesma não deve ser lida de forma isolada, mas em comparação com outros textos contidos nela. Sendo assim:

  • Ao ler um versículo, seja qual for compare-o com todo o capítulo, isso faz com que você acerte na hora de aplica-lo, pois compreenderá o contexto. Não se entende um livro lendo uma página, nem um poema lendo apenas um verso.
  • Se já compreendeu o assunto contextual e tem uma visão maior do assunto principal do capítulo, compare-o com outros textos bíblicos referentes ao mesmo assunto, isso te dará luz sobre o que a bíblia realmente quer dizer.
  • Tente encontrar o assunto principal do livro comparando seus capítulos entre si, quanto maior noção tiver do contexto, mais argumentos terá para não errar de interpretação.
  • Durante os passos anteriores, principalmente o 2 e o 3, você poderá encontrar versículos que inicialmente parecem contraditórios entre si, como lei e graça no livro de Romanos, quando isso ocorrer, leia o contexto de todos os outros versículos em questão. Vale ressaltar que a bíblia não contradiz ela mesma, então, se isso ocorrer, é sinal de que algum texto que você leu pode estar sendo interpretado de maneira errada.
  • Faça isso todas as vezes que ler as escrituras, seja para pregar ou aplicar em sua vida pessoal.

 

Gostou das dicas? Apesar de muito pregadas são pouco utilizadas principalmente pelos maiores pregadores. Como sei disso? Pelo discorrer da pregação! Agora que você já sabe as dicas de como estudar a bíblia, vamos ao versículo mal interpretado de hoje.

 

O mito escolhido para este primeiro post é o que mais gosto de explicar, e talvez o que faça menos sentido acreditar, mas preciso contestá-lo porque ainda há muita gente que ainda crê nisso.

 

Está curioso para saber o que é? Vamos lá!

“o qual também nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica.”. (2 Coríntios 3.6).

 

Este texto, isolado de seu contexto, recentemente e geralmente pelos cristãos mais leigos e semianalfabetos tem sido utilizado para afirmar a mentira de que se você ler muito a bíblia fica louco. Os que creem nesta teoria afirmam que “a letra” refere-se a ler muito a bíblia, mata, mas o Espírito (referente ao Espírito Santo) vivifica.

 

Interpretando assim, eles conseguem dizer que conhecer muito a bíblia sem o poder do Espírito Santo torna a pessoa morta espiritualmente, o realmente é verdade, por isso que se deve orar antes de estudar a palavra. O problema é que eles levam isso a um extremo equivocado, pois se utilizam dessa desculpa para não ler a bíblia e atêm-se mais ao poder do Espírito evidenciado por curas, milagres, línguas estranhas e revelações do que pelo que realmente diz a palavra.

 

Assim muitos têm sido enganados, pois quase todos os dons espirituais nos últimos dias seriam copiados por falsos profetas entre eles estão principalmente os de profecia e maravilhas (Mateus 24.11,24).

 

Sem base bíblica essas pessoas são estimuladas a crer no sobrenatural que nem sempre vem da parte de Deus, ou mesmo nos enganos ensinados nos púlpitos, pois como não tem conhecimento, passam a crer em qualquer pessoa sem ter argumento bíblico para analisa-la. Esta atitude é errada e completamente advertida nas escrituras (1 João 4.1).

 

E aqui vai mais uma dica clara: dons espirituais não evidenciam que somos de fato espirituais, até porque a igreja de Corinto, que não faltava nenhum dom do Espírito (1 Coríntios 1.7) não tinha  a presença do Espírito. Entre eles havia fornicação (1 Co 5.1-13), competitividade de dons (1 Co 12; 13;14), divisões e contendas (1 Co 1.10-13; 3.1-23), idolatria (1 Co 10.14-20), entre outros pecados. Paulo chegou a dizer a esta igreja:

“Porque ainda sois carnais (...).”. (1 Coríntios 3.3).

 

Se lermos sobre os frutos da carne e do Espírito veremos que o que evidencia a espiritualidade é o comportamento e não os dons (Gálatas 5.16-26). Perceba que na volta de Jesus mesmo os que tinham dons ficaram porque não tiveram frutos evidenciados pelo seu comportamento (Mateus 7.15-29). Portanto a obra do Espírito Santo na vida do cristão é evidenciada pela transformação do nosso caráter, os dons, porém são importantes para a edificação da igreja (1 Co 14.26).

 

Agora que já estudamos alguns problemas relatados nas cartas de Coríntios podemos compreender melhor o contexto do versículo em questão baseando-nos nos versículos anteriores e posteriores para isso:

 

“(...) porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração. E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica. E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, como não será de maior glória o ministério do Espírito? Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça.” (1 Coríntios 3.2-8).

 

Ao lermos o contexto, é notável que o capítulo faz uma comparação entre a nova e a velha aliança. Paulo cita a diferença da lei de Deus escrita em tábuas de pedra dizendo que por meio dela veio o ministério da morte. Por quê? Porque no velho testamento a transgressão da lei de Deus incidia em morte, quase sempre imediata.

 

Isso pode ser confirmado em textos como Ex 21.12 (cometer homicídio), Ex 21.15 (desonrar pai e mãe), Ex 21.16 (roubar alguém), Ex 22.20 (ter outro deus), Ex 31.14 (transgredir o sábado), Lv 20.10 (cometer adultério). Além disso, quando Deus cria sua lei, o pecado tomando ocasião pela lei dominou o ser humano e o matou (Romanos 7.11).

 

Assim a letra em pedras operava morte, porque todo o homem que transgride a lei comete pecado e está sujeito a morrer.

Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá. Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá. (Ezequiel 18.4,20).

 

A morte aqui tem duplo sentido se percebermos que ao pecar as pessoas morriam imediatamente (quando eram pegas em flagrante como citado em referências acima), mas principalmente espiritualmente que é a separação de Deus e a perda da vida eterna (Romanos 3.23; 6.23).

 

Lembremo-nos que antes do pecado de Adão, a alma era imortal. Mas quando Deus disse que se ele comesse da árvore proibida certamente ele morreria, percebemos que ao comer ele não teve morte imediata, mas perdeu o direito à vida eterna. Assim o ministério de Moisés e das letras gravadas em pedra mantinha a mesma regra da imortalidade perdida e por isso continuava operando a morte.

 

E o ser humano por meio da lei de Deus conheceu o pecado, mas estava debaixo de sentença de morte por não conseguir obedecê-la. Quando, porém, vem o ministério do Espírito as mesmas leis gravadas em tábuas de pedra são gravadas através do Espírito Santo em nosso coração conforme Paulo afirma no versículo 3:

“porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.”

 

Assim, o Espírito Santo coloca as leis de Deus em nossa consciência de forma que a possamos obedecer de forma natural, pois fomos transformados por ele e alcançamos vida por meio de seu Espírito que ao convencer-nos do pecado, da justiça e do juízo (João 16.8) nos conduz a Jesus para sermos justificados (tornados justos). Ou seja, por meio do Espírito Santo, temos capacidade de cumprir a lei e não mais precisamos morrer porque quem guarda os mandamentos tem a vida eterna como diz o escritor de Provérbios:

Guarda os meus mandamentos e vive; e a minha lei, como a menina dos teus olhos. (Provérbios 7.2)

 

Assim sendo o Espírito traz vida porque nos livra da maldição da morte por meio de Jesus que morreu por nossos pecados.  E a letra traz mata porque diante dela todos eram condenados à morte. Essa é a diferença da velha aliança para a nova, na velha aliança quem pecasse morria, na nova, Jesus já morreu então o Espírito Santo nos ajuda a obedecer à lei de Deus escrevendo-a em nossa consciência para que possamos cumpri-la e viver.

 

Dessa forma, você não precisa mais ficar com medo de ler a bíblia, porque o próprio Jesus exortou:

“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam. E não quereis vir a mim para terdes vida.” (João 5.39)

Isaías disse:

Buscai no livro do SENHOR e lede; nenhuma dessas coisas falhará, nem uma nem outra faltará; porque a sua própria boca o ordenou, e o seu espírito mesmo as ajuntará. (Isaías 34.16).

E Oséias advertiu:

O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos. (Oséias 4.6).

Portanto:

Conheçamos e prossigamos em conhecer o SENHOR: como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra. (Oséias 6.3).

 

Nota: Sobre a promessa de escrever a lei no coração temos: Jeremias 31.33; Ezequiel 36.27; Hebreus 8.10; Hebreus 10.16.

DEUS ABENÇOE!